quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Panorama Geral da Crise de 1929

A Primeira Grande Guerra Mundial arrasou a economia europeia e toda a sua cadeia produtiva. Por outro lado os Estados Unidos devido à sua localização fora do palco das operações militares preservou sua capacidade industrial e infraestrutura econômicas. Por esse motivo durante a reconstrução da Europa no Pós-Guerra os investimentos e o comércio americanos cresceram de forma acelerada. Foi nessa época que surgiu a afamada expressão “American Way of Life” (Estilo de Vida Americano).
O mundo invejava o modo de vida dos norte-americanos. 







A década de 20 ficou conhecida como os “Loucos Anos 20”. 

O consumo aumentou, a indústria criava, a todo instante, bens de consumo, clubes e boates viviam cheios e o cinema tornou-se um grande atrativo.
Os anos 20 foram realmente um período agitado. Nessa época, as ações estavam valorizadas por causa da credibilidade na situação econômica.
Enquanto isso a Europa foi gradualmente se reestruturando e recuperando sua capacidade produtiva, esse fator gerou uma diminuição do comércio entre os Estados Unidos e a Europa, a Indústria americana, no entanto manteve um alto patamar de produção e em consequência essa superprodução gerou um fenômeno de deflação, uma vez que pela lei de procura e da oferta os preços tendem a cair se a oferta dos produtos/serviços for maior que a demanda.
Entre os anos de 1920 até 1929, os americanos enganados com essa euforia, compraram variadas ações em diversas empresas, porém no dia 24 de outubro de 1929, começou a pior crise econômica da história do capitalismo.
A quebra da Bolsa de Nova York: de 1920 a 1929, os americanos compraram ações de diversas empresas. De repente o valor das ações começou a cair. Os investidores quiseram vender as ações, mas ninguém queria comprar. Esse quadro desastroso culminou na famosa “Quinta-Feira Negra” (24/10/1929 - dia que a Bolsa sofreu a maior baixa da história).
Muitas empresas não superaram a crise e faliram assim como vários bancos que financiavam empresas não receberam de volta o empréstimo e faliram também. A quebra da bolsa trouxe insegurança, desemprego e falências. Milionários viram, em um curto espaço de tempo, que perderam seu patrimônio e por causa disso alguns se suicidaram. O número de pessoas em condição de vulnerabilidade social cresceu espantosamente. Outros fatores também tem grande relevância nesse processo tais como: A Mecanização que gerou desemprego e o crescimento da produção não acompanhou o aumento dos salários a soma desses entre outros fatores originou essa crise econômica que se espalhou globalmente. A quebra da bolsa afetou o mundo inteiro, para termos uma ideia, logo após a quebra da bolsa de Nova York, as bolsas de Londres, Berlim e Tóquio também quebraram.
A crise fez com que os EUA diminuíssem suas importações de outros países, consequentemente os outros países que exportavam para os EUA, agora estavam com as mercadorias paradas em estoque e, automaticamente, entravam na crise. Em 1930, a crise se intensificou. Em 1933, nas eleições Roosevelt foi eleito presidente dos EUA e elaborou uma politica de recuperação econômica o New Deal.
O Estado passou a monitorar o mercado, disciplinando os empresários, corrigindo os investimentos arriscados e fiscalizando as especulações nas bolsas de valores.
Outra medida foi a criação de um programa de obras públicas. O governo americano criou empresas estatais e construiu estradas, praças, canais de irrigação, escolas, aeroportos, portos e habitações populares. Isso reaqueceu o comércio. O desemprego decresceu uma vez que as obras públicas criaram postos de trabalho. Além disso, o New Deal criou programas sociais que protegiam os trabalhadores e os desempregados.
Para acabar com a superprodução, o governo aplicava medidas extremas que desagradaram alguns seguimentos sociais como, por exemplo: compra e destruição de estoques de cereais, ou então, remuneração aos agricultores para que não plantassem. O New Deal alcançou bons resultados para a economia norte-americana. Essa terrível crise ficou conhecida como Grande Depressão.
Os efeitos econômicos da depressão de 30 só foram erradicados com o inicio da Segunda Guerra Mundial, quando a Intervenção Estatal de fato sobre a economia ampliando as exportações. A guerra foi então, uma via natural para a saída da crise do sistema capitalista. Na década de 30, aconteceu a denominada “Política de Agressão (dos regimes totalitários – Alemanha, Itália e Japão) e Apaziguamento das Democracias Liberais (Inglaterra e França)”.
A política de agressão atingiu seu auge em 1939 quando a Alemanha invadiu a Polônia dando por iniciada a Segunda Grande Guerra.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Uma breve reflexão a cerca do Mito

         O surgimento do mito teve inicio na necessidade de explicação sobre o surgimento e a motivo das coisas, os poderes do divino sobre a natureza e os homens, suas funções e finalidade. Ele toma a forma de narrativa, criada por um narrador que possua credibilidade diante do grupo social, poder de liderança e domínio da linguagem convincente, e que, acima de tudo, favoreça o que gostaria de impor, mas adequando a estrutura do mito de uma forma que acalme os temores e de respostas às necessidades do grupo.
          É a pessoa do narrador quem estrutura do mito, porém ele só toma forma e se firma a partir da aceitação coletiva, ou seja, o mito só existe quando se torna uma crença comum. É essa crença quem dá a vida ao mito.

Basicamente o mito desempenha três funções:

1. Explicar – O presente é como é devido a algum acontecimento passado, cujos reflexos não foram obscurecidos  pelo tempo, como por exemplo, dois irmãos gêmeos ainda crianças são criados e amamentados por uma loba e através deles é fundado um dos maiores impérios da história.

2. Disciplinar – o mito organiza as relações sociais, de modo a determinar e a justificar um sistema complexo de permissões e proibições. O mito de Édipo existe em diversos grupos sociais e tem a função de proibição do incesto, por exemplo. O “sofrimento” destinado a quem não cumprir regras funciona como “dissuasão” e garante a manutenção do mito.

3. Compensar – o mito conta algo que aconteceu e não é mais possível de acontecer, mas que serve tanto para compensar os humanos por alguma perda, como para garantir-lhes que esse erro foi corrigido no presente, oferecendo uma visão estabilizada da Natureza e do meio que a cerca (Chauí, p. 162).

          O pensamento mítico envolve e relaciona elementos diversos, fazendo com que eles ajam entre si. Depois, ele põe ordem no mundo, dando um sentido metafórico às coisas, aos fatos. Em terceiro lugar, ele cria relações entre os seres humanos e naturais, mantendo vínculos ocultos que necessitam ser esclarecidos. O mito se constitui em um fator de acomodação do homem ao meio em que vive.

Para que o mito sobreviva, é necessário a existência do sacrifício, que organiza  nossa concepção  de mundo. Em diversas sociedades, o sacrifício humano se constituía em um canal de relações com a divindade, com o objetivo de aplacar e ao mesmo tempo obter o favor das divindades.
Os hebreus, segundo o Velho Testamento, ofertavam em holocausto o melhor de suas criações, quase sempre  um cordeiro ou ovelha, porque eram as vítimas perfeitas – as que não esboçavam reação  ao sacrifício, daí a expressão “bode expiatório” (aquele que expia a culpa do outro).

        A repetição dos sacrifícios dá origem aos rituais, que são os mitos em sua maior materialização. Com a repetição dos rituais, surgiram as religiões.

Fonte:

CHAUÍ, Marilena.Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2000, p. 161-3.